Decorreu no passado sábado, dia 21 de Abril, no Salão Nobre Major Grave, no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Estremoz, a cerimónia de tomada de posse dos novos corpos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estremoz (AHBVE), para o triénio 2018-2021.
Os novos corpos sociais, tal como o Ardina do Alentejo já tinha noticiado aqui, são presididos por Carlos Alberto Ferreira, na Direcção, José Capitão Pardal, na Mesa da Assembleia Geral, e José Manuel Ramalho, no Conselho Fiscal.
No seu discurso de tomada de posse, Carlos Ferreira, relembrou e agradeceu “o trabalho, os conselhos e a amizade” dos elementos dos corpos sociais do mandato anterior que entretanto faleceram, José Ferro, José Gonçalves e Amaro Camões, e que fizeram do mandato anterior um mandato “duro pelas perdas que sofremos”.
Deixou ainda um “singelo agradecimento” a José Capitão Pardal e Orlando Silva, elementos da anterior Direcção e que neste triénio irão desempenhar funções na Mesa da Assembleia Geral, respectivamente como Presidente e Vice-Presidente.
Apelamos a toda a comunidade, que na medida das suas possibilidades, ajude os Bombeiros de Estremoz, na certeza de que podem confiar que os Bombeiros de Estremoz não faltarão a quem precise de auxilio, e mais tarde ou mais cedo, todos precisaremos
A necessidade de haver mais voluntariado, as dádivas particulares e das empresas, o parque automóvel e a sua constante necessidade de renovação, os custos com pessoal, a degradação de algumas infraestruturas do quartel, e as regulares dificuldades financeiras, nomeadamente no equilíbrio entre as despesas e as receitas, foram alguns temas abordados. Carlos Ferreira salientou que “o Estado, o nosso grande cliente, paga o que quer, quando quer, e às vezes se quer”.
Para o triénio 2018-2021, Carlos Ferreira garante que uma das grandes tarefas da direcção por si liderada, em coordenação com o Comando, será a de “tomar medidas para voltar a atingir o equilíbrio financeiro e ao mesmo tempo fazendo os investimentos necessários”. Asseverou que “temos de fazer mais, melhor, e com menos custos”.
Depois de enunciados alguns dos projectos que gostaria de ver realizados no próximo triénio, o recém-empossado Presidente da Direcção da AHBVE referiu “uma boa notícia”, que se prende com a atribuição aos Bombeiros Voluntários de Estremoz, “de uma Equipa de Intervenção Permanente”, composta por cinco elementos, “sendo os custos dos salários divididos entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil - ANPC e a Câmara Municipal de Estremoz, ficando os custos de operacionalidade e de equipamento a cargo da AHBVE”.
Carlos Ferreira não quis deixar a oportunidade de em relação a esta equipa de intervenção permanente realçar “a sua imediata aceitação por parte da Câmara Municipal de Estremoz”.
Carlos Ferreira concluiu a sua intervenção salientando que “projectos e vontade não faltam, assim os meios financeiros apareçam. Apelamos a toda a comunidade, que na medida das suas possibilidades, ajude os Bombeiros de Estremoz, na certeza de que podem confiar que os Bombeiros de Estremoz não faltarão a quem precise de auxilio, e mais tarde ou mais cedo, todos precisaremos”.
Sessão Solene de Abertura das Comemorações do 85º Aniversário da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estremoz (AHBVE)
Logo após a investidura dos novos corpos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estremoz (AHBVE), teve lugar a Sessão Solene de abertura das Comemorações do 85º Aniversário da AHBVE.
Durante a sua prelecção, José Capitão Pardal, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação, realçou que estas comemorações terão “um calendário alargado, que se prolongará por vários meses e com várias realizações”. Salientou ainda que a AHBVE ”vai aproveitar as comemorações para distinguir aqueles bombeiros, dirigentes e amigos dos bombeiros que ao longo dos tempos têm contribuído para o seu êxito”.
O antigo Presidente da Direcção da AHBVE referiu que “não têm sido fáceis os últimos 85 anos para a nossa associação, 85 anos de grandes sacrifícios e grandes dificuldades. Foram anos de muitos êxitos mas também de alguns contratempos e muitas frustrações. Começámos com a vontade de alguns pioneiros e actualmente somos uma organização multifacetada e complexa”. Conclui dirigindo-se aos estremocenses, afirmando que estes “podem contar com os seus bombeiros, apesar de todas as dificuldades sentidas no dia-a-dia, os Bombeiros de Estremoz continuam vivos e de forma desinteressada a dar a protecção e o socorro aos estremocenses e aos seus bens”.
Logo após o discurso do agora Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AHBVE, foram entregues os diplomas de Novos Sócios de Mérito, de Novos Sócios Beneméritos, e de Novo Sócio Honorário da AHBVE, bem como os Medalhões de Honra – Grau Ouro.
Novos Sócios de Mérito
- João Manuel Vidigal Pingarilho
- Manuel Santiago do Pomar
- Amaro Marcelino Rebola Camões (a título póstumo)
- José Santos Gonçalves (a título póstumo)
- Manuel Vítor Carapeta Ferro (a título póstumo)
Novos Sócios Beneméritos
- Ana Margarida McLock
- Augusto Jorge Rodrigues
- Academia do Bacalhau de Estremoz
- Crédito Agrícola de Estremoz
- Fundação da Casa de Bragança
- Intermarché de Estremoz
- Recolhimento de Nossa Senhora dos Mártires
- Tractomoz, SA
Novo Sócio Honorário
- Comandante Mário Zacarias
Medalhões de Honra – Grau Ouro
- António Luís de Matos Quaresma
- Custódio António Fernandes Caeiro
- António Soeiro Travassos
- Joaquim Miguel Pimenta Raimundo
- Joaquim Manuel Ramos
- Comandante José António Ferreira
- Luís Filipe Pereira Mourinha
- Major José Jerónimo Velez Correia
- Manuel António Chilrito
Carlos Machado, Comandante do Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários de Estremoz, salientou a importância da cerimónia que antecedeu o seu discurso, o “reconhecer todos aqueles que a nós se juntaram e permitiram que os Bombeiros de Estremoz trilhassem este caminho, caminho de estarmos aqui neste momento, com as condições que temos e com os equipamentos que dispomos”.
O voluntariado, ou a falta dele, foi o tema mais abordado pelo Comandante Carlos Machado. “Um dos grandes desafios de hoje é o voluntariado. Não é fácil cativarmos jovens para ingressarem no Corpo de Bombeiros e para dedicarem algum do seu tempo a esta instituição e a esta actividade”. Mas a garantia foi deixada, de forma convicta: “Tudo continuaremos a fazer para ultrapassar este obstáculo”.
Sobre as Comemorações do 85º Aniversário da AHBVE, Carlos Machado adiantou que vai-se realizar “um Encontro de Fanfarras, a 9 de Julho, um Workshop de Formação cuja temática são os Primeiros Socorros a Animais, a 22 de Julho, um Exercício ou uma Demonstração dos nossos equipamentos, em finais de Setembro, e uma Sessão Solene de Encerramento, com distinções aos Bombeiros”.
Durante a sua intervenção, Inácio Esperança, Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora (FBDE), depois de endereçar os parabéns à AHBVE, e de salientar que “nenhuma instituição durava 85 anos se não fosse útil e se não tivesse prestado bons serviços à comunidade”, referiu, dirigindo-se em especial aos bombeiros presentes, que “os Bombeiros de Portugal vivem dias complicados, porque sofremos desde o 25 de Abril, o maior ataque a esta instituição que já podemos observar”. Acrescentou que “os bombeiros hoje são considerados pessoas incompetentes, incapazes de apagar fogos, incapazes de socorrer e não merecedores dos milhões que o Estado derrama sobre novas forças, para reequipar, para reinstalar e para incentivar”. Inácio Esperança afirmou ainda que “não se incentivam aqueles que durante os últimos seiscentos anos socorreram os portugueses e que foram os únicos que olharam por eles”.
Olhando em especial para Carlos Ferreira e para a nova direcção da AHBVE, Inácio Esperança disse que “se os bombeiros têm sofrido um ataque brutal por parte da tutela, os directores foram mortos pela tutela. E não sei como é que ainda há quem resiste a estar à frente das associações, dando o seu nome, o seu património, a sua assinatura, correndo riscos, sem nada receber da tutela”. Acrescentou que “Carlos Ferreira tem a seu cargo e às suas costas uma grande responsabilidade, tem uma grande cidade do nosso distrito, uma população enorme, com muitas carências, mas também sei que pode contar com a Câmara Municipal, uma das poucas câmaras do distrito de Évora que diz presente e que tem apoiado sempre os seus bombeiros”. Concluiu a sua intervenção esperando que “o Carlos Ferreira, com a sua experiência, com o seu know how e com a carga genética desta função e desta casa, lhe permita reinventar o futuro e saber servir melhor Estremoz”.
O Presidente da Câmara Municipal de Estremoz, Luís Filipe Mourinha, durante o seu discurso, salientou que em relação à Equipa de Intervenção Permanente que vai ser criada, e cujo protocolo será assinado no próximo dia 4 de Maio, em Fornos de Algodres, “que havendo essa possibilidade, a autarquia não poderia deixar de participar, e vamos participar com um custo adicional mensal de 3500 euros, valor significativo” para além dos mais de 6 mil euros mensais atribuídos pela edilidade estremocense aos Bombeiros Voluntários de Estremoz.
Sobre a distinção que recebeu, o edil estremocense revelou, enquanto homenageado, sentir-se “satisfeito porque alguma coisa fizemos de bom”.
A Sessão Solene de Abertura das Comemorações do 85º Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Estremoz (AHBVE) terminou com o desfile pelas principais artérias da cidade, da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Estremoz, e de todo o dispositivo automóvel ao serviço da corporação estremocense.