Um idoso, dado como desaparecido em Alandroal, pode ser uma das vítimas do deslizamento de terras na Estrada Nacional 255 (EN 255). A participação do desaparecimento do homem, com 85 anos, foi dada ontem, segunda-feira, à Guarda Nacional Republicana (GNR), pela mulher.
O homem terá ido de carro a Vila Viçosa. A GNR de Vila Viçosa continua a fazer averiguações no sentido de apurar a existência de outros desaparecimentos, nomeadamente de uma carrinha de caixa aberta que terá sido arrastada para dentro da pedreira. Segundo é avançado pelo Jornal de Notícias (JN), nessa viatura seguiam dois cunhados, ambos residentes em Bencatel.
As vítimas já confirmadas são Gualdino Pita, de 49 anos, natural de Bencatel, e João Xavier, de 58 anos, da freguesia de Pardais, igualmente no concelho de Vila Viçosa. Ficaram encarcerados na escavadora que estava a trabalhar no momento da derrocada.
Esta terça-feira, dia 20 de Novembro, ao final da manhã, os bombeiros conseguiram aproximar-se da máquina, mas tiveram de interromper os trabalhos devido à chuva forte que começou a cair no local.
Um número indeterminado de pessoas está desaparecido desde a tarde de segunda-feira, quando um troço da EN 255, entre Borba e Vila Viçosa, desabou para dentro de duas pedreiras contígua àquela via, uma pertencente a Jorge Plácido Simões, desactivada, e outra à empresa A.L.A. Almeida, em laboração.
"A segurança estava lá", disse Jorge Plácido Simões, proprietário de uma pedreira, desactivada, das duas afectadas pela derrocada. "Não quero estar a exagerar, mas havia uma margem de cinco seis metros para a estrada. A pedreira tinha um muro e rede de protecção", acrescentou, em declarações à SIC Notícias, esta terça-feira de manhã.
Empresários do sector do mármore, ouvidos pela LUSA, esta terça-feira de manhã, consideram que a "tragédia" poderia ter "sido evitada" porque "os problemas" da estrada estavam identificados.
Jorge Simões disse ter um relatório elaborado pelo Instituto Superior Técnico a garantir a estabilidade da pedreira, sustentando que fez os trabalhos que aqueles estudos, realizados em "2011 ou 2012", consideraram necessários.
Esclareceu que a exploração estava desactivada há cerca de um ano "por não ser viável" economicamente.
O Ministério Público fez saber, entretanto, que decidiu abrir um inquérito para investigar as causas do desabamento na pedreira de Borba. A Procuradoria Geral da República explica que o inquérito servirá para “apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência”.
c/ Observador