Apenas na reunião anual de 2018, o júri internacional irá apreciar uma proposta portuguesa, e a candidatura de Mafra é a possibilidade mais forte.
Esperando uma “escorregadela” da candidatura de Mafra, que segue na linha da frente com a Candidatura a Património da Humanidade do Palácio e Tapada Nacionais e do Jardim do Cerco, estão as localidades alentejanas de Marvão e Vila Viçosa.
De entre os 22 bens incluídos na lista nacional como possíveis candidatos a Património da Humanidade pela UNESCO, Mafra, Vila Viçosa e Marvão apostam na apresentação de uma proposta em Paris, no ano de 2018, findo o mandato de Portugal como membro do Comité do Património Mundial, o que acontece em 2017.
No ano que está prestes a iniciar-se, ano de excepcional programação no Palácio e Convento, assinalando-se os três séculos do início da sua construção, será já em Janeiro que Mafra entrega o dossiê formal da sua candidatura. Em declarações ao DN, Mário Pereira, director do monumento, mostra-se confiante no "valor intrínseco" do bem, que possui uma série de singularidades: "o palácio, o convento, a biblioteca, a tapada, a igreja, os carrilhões", enumera.
Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que tutela a Comissão Nacional da UNESCO, confirmou que, "tendo presente os bens inscritos na lista indicativa ainda em vigor [revista no final de Maio de 2016], temos conhecimento de que Mafra estará a preparar candidatura a Património Mundial".
A mesma fonte avançou ao DN que "a nova Lista Indicativa [nacional] apenas irá ser apreciada pelo Comité do Património Mundial na sua próxima sessão, em Julho de 2017", pelo que, "apenas em 2018 será possível apresentar candidaturas".
Com o mandato a terminar, Vila Viçosa e Marvão também apostam forte nesta corrida, prometendo concorrência a Mafra.
A vila alentejana assinou esta semana um protocolo com a Fundação da Casa de Bragança ao qual se seguem, como adiantou o presidente da autarquia, acordos com a Direcção-Geral do Património Cultural, a Direcção Regional da Cultura do Alentejo e ainda a Faculdade de Arquitectura de Lisboa.
Esta última, explica Manuel Condenado, já assessorou a entrada na lista indicativa nacional, conseguida em Maio, num processo iniciado há dez anos.
Quanto a Marvão, e seguindo uma recomendação da Comissão Nacional, abandonou a candidatura em nome próprio, iniciada em 2002, e juntou-se a Elvas, Almeida e Valença, numa candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia.
A ligação a Elvas, já distinguida como Património da Humanidade, e o carácter inovador da candidatura, "em série", dão optimismo a José Manuel Pires, vereador de Marvão, que acredita ser possível uma candidatura em 2018.
c/ Diário de Notícias