No passado domingo, dia 19 de Agosto, o final do dia de funcionamento do supermercado Continente Modelo, em Estremoz, foi deveras atribulado, com desacatos provocados por elementos de etnia cigana, moradores junto da superfície comercial estremocense, e que envolveram agressões ao segurança de serviço e a agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), para além do arremesso de bens que se encontravam fora das linhas de caixas e da destruição das portas de entrada do supermercado.
O que se passou conta-se em breves linhas. Ao que o Ardina do Alentejo conseguiu apurar, cerca das 21:15 horas, vários jovens moradores do Bairro das Quintinhas, terão alegadamente furtado alguns objectos do interior do estabelecimento, numa prática que, segundo os funcionários do Continente Modelo de Estremoz, já se tornou recorrente. O segurança que se encontrava de serviço identificou alguns desses jovens e chamou a PSP, que de pronto se deslocou ao local. Depois de relatada a situação, os elementos da PSP deslocaram-se até ao Bairro das Quintinhas não tendo conseguido no entanto a localização dos presumíveis autores dos furtos.
Volvidos escassos minutos, vários familiares dos jovens identificados pelo segurança, irromperam pelo interior do supermercado tendo como único objectivo o de agredirem o segurança, tendo forçado mesmo a passagem para o interior do balcão de atendimento da superfície comercial. Os polícias presentes no local intervieram, mas cada vez eram mais os elementos de etnia cigana presentes no supermercado, num número estimado em cerca de 40, e que começaram a arremessar vários objectos que se encontravam fora das linhas de caixas, como malas de viagem, cadeiras de madeira, vasos de loiça, entre outros.
Durante os desacatos, o segurança e um dos polícias presentes no local foram agredidos, não tendo recebido tratamento hospitalar. Um outro agente da autoridade foi atingido por uma cadeira de madeira, que lhe provocou ferimentos no braço esquerdo e nas costas, tendo sido conduzido ao Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Estremoz, onde recebeu assistência hospitalar.
Ao que o Ardina do Alentejo conseguiu apurar, foram ainda chamados ao local agentes da autoridade que se encontravam de folga, assim como os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), que chegaram após a saída dos elementos de etnia cigana.
Segundo relatos de clientes presentes no estabelecimento comercial, antes de abandonarem as instalações, e já depois dos elementos das forças de segurança terem usado gás pimenta para expulsar os prevaricadores da superfície comercial, os agressores despejaram algumas latas de tinta pelo chão, e danificaram várias bicicletas que se encontram à entrada do Modelo, assim como as portas de entrada do supermercado.
Contas feitas por alto, os danos ascendem os cinco mil euros. Relatado ao Ardina do Alentejo por vários clientes presentes no momento dos desacatos, no dia seguinte eram vários os elementos envolvidos nos distúrbios que se encontravam às compras no Modelo, num claro “sentimento de impunidade”.
Em declarações ao Ardina do Alentejo, o Comissário João Carvalho, Comandante da Esquadra da PSP de Estremoz, referiu que o que se passou no passado domingo, “pelas 21:30 horas, foi um desentendimento entre famílias residentes no Bairro das Quintinhas e a segurança do Modelo, tendo a PSP sido chamada ao local. Verificando que havia alterações da ordem pública, porque não acatavam as decisões do segurança de serviço, a polícia utilizou os meios necessários para por cobro à situação, à alteração da ordem pública que havia, tendo os prevaricadores sido expulsos do local e identificados. Na sequência desse desentendimento foram provocados alguns danos, que já foram avaliados pela entidade comercial”. Salientou ainda que “o processo decorre em fase de inquérito e dentro da normalidade”, não tendo havido “detenções”.
Questionado se o Bairro das Quintinhas é um núcleo habitacional que preocupa a PSP de Estremoz, João Carvalho salientou que “tudo preocupa a PSP desde que fuja à normalidade, não é questão de ser aquele grupo populacional. Tudo o que fuja à normalidade e que sejam prevaricadores, a policia tem de actuar e tem de manter a ordem pública que foi o que fez naquele local”.
Garantiu que “podem as pessoas de Estremoz estarem descansadas que a policia local quando surgem pequenos focos de instabilidade ou incivilidades, como foi o caso, a policia tem poderes para controlar esses casos, tal como o que aconteceu com a identificação das pessoas, que hão-de responder pelos actos que cometeram”.
Para o Comandante da Esquadra da PSP de Estremoz, o facto do quartel da GNR ser “paredes-meias” com o Bairro das Quintinhas e com a superfície comercial Continente Modelo e ser a PSP a ter de actuar quando ocorrem situações de desacatos é um não assunto. “A área geográfica está bem definida. A nossa área geográfica de policiamento está demarcada. O Modelo é da competência da policia, é a primeira força de segurança, a que tem prioridade e competência para actuar”.